Você vem a Pernambuco à procura da melhor paisagem. Começa pelas praias, do Litoral Norte ao Litoral Sul. Percorre as serras do Agreste, os engenhos na Zona da Mata, as vinícolas do Sertão. Aterrissa nas ruas seculares do Bairro do Recife. Desemboca em Olinda. Sobe e desce as ladeiras. Toma café da manhã, almoça e janta da gastronomia regional, ladeado por sucos naturais e cachaças inesquecíveis. Quer se distanciar, ver tudo isso (ou um pouco de tudo isso) de cima, do alto, como quem, agora, observa o que já experimentou. O Pernambuco.com foi de Olinda a Jaboatão dos Guararapes, passando pela capital do estado, para registrar as três melhores vistas do Grande Recife. São lugares altos (ou nem tão altos assim) que entregam uma imagem panorâmica significativa do que o turista tem à disposição.
No alto do Alto da Sé
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Do alto do Alto da Sé, vista para o Recife. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
Olinda, o turismo, invariavelmente, começa e termina no Alto da Sé. Da religiosidade nas igrejas às tapiocas preparadas na hora com queijo, coco e o que mais o cliente quiser. Desde outubro de 2011, esse cenário ganhou um auxílio de peso para fomentar a circulação de turistas na área. O Elevador Panorâmico do Alto da Sé transformou o famoso prédio da Caixa D'Água em ponto turístico. “Como se trata de uma edificação moderna, havia a possibilidade de fazer uma intervenção com este caráter, e a ideia sempre foi utilizar a laje de coberta da caixa d'água como mirante de observação da cidade”, explica Cláudia Rodrigues, secretária executiva de Patrimônio e Cultura de Olinda.
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Paisagem do Horto Del Rey é contemplada no Elevador Panorâmico do Alto da Sé. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
Aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda, a obra foi executada com recursos do Prodetur, programa do ministério do Turismo. “O ponto forte da intervenção foi o fato de proporcionar ao visitante um novo olhar da cidade, com uma vista aérea, descortinando uma paisagem composta pelas cobertas do casario, da vegetação e do mar”, completa. A vista oferece um 360 graus de Olinda e também do Recife. O projeto deu tão certo que o Elevador chega a receber 1.500 pessoas por dia nos finais de semana da alta estação. Aberto diariamente, das 9h às 17h. Entrada gratuita.
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O mar de Olinda, ornado pela Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
De Brennand a Boa Viagem
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Vista para o Parque de Esculturas Francisco Brennand, direto da Torre Malakoff. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
No Recife, cidade abaixo do nível do mar, mirantes não são o forte do turismo. Mas poucas pessoas sabem que a Torre Malakoff, localizada no Bairro do Recife, área central da cidade, possui uma das vistas mais bonitas para o Parque de Esculturas de Francisco Brennand. Funcionando como centro cultural e espaço expositivo desde o ano 2000, a Torre, na verdade, data de muito antes. Construída na metade do século XIX, entre os anos de 1853 e 1855, a Malakoff servia como acesso ou portão de entrada para o Arsenal da Marinha. Com a República, passou a ser a Capitania dos Portos. Nos anos 1920, caiu no abandono, sendo tombada e administrada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) em 1992, vinculada à secretaria de Cultura do governo do estado.
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Vista para o bairro de Santo Antônio, área central do Recife. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
Além de ser um testemunho arquitetônico da história, a Torre está situada em frente à Praça do Arsenal, que dá início à Rua do Bom Jesus, onde, aos domingos, acontece uma movimentada feirinha de artesanato. “Também aos domingos, a Malakoff funciona como observatório astronômico, tendo sua programação alterada, se preciso, por conta do clima, devido à visibilidade”, dá a dica Fátima Bulcão, gestora do equipamento. Normalmente, está aberta à visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 18h; sábado, das 15h às 18h; e domingo, das 15h às 19h. Entrada gratuita.
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Parte do casario do Bairro do Recife e, ao fundo, os arranha-céus de Boa Viagem, Zona Sul da capital. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
História e natureza
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A selva de pedra do Jaboatão dos Guararapes, vista do Parque Histórico Nacional. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
Menos conhecido do que o Elevador do Alto da Sé e a Torre Malakoff, o Parque Histórico Nacional dos Guararapes reúne história e natureza em seu mirante, localizado no município do Jaboatão dos Guararapes. Os montes, que, hoje, servem como espaço de contemplação, no passado, foram palco em 19 de abril de 1648 e em 19 de fevereiro de 1649 de duas batalhas imprescindíveis para a rendição definitiva dos holandeses invasores às tropas luso-brasileiras, com sua posterior saída do Brasil em 1654. Nos nossos livros de história, o episódio ficou conhecido como a Batalha dos Guararapes.
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O mar de Boa Viagem, no Recife, se encontra com o de Piedade e Candeias, em Jaboatão dos Guararapes. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
No dia-a-dia, poucos visitam a área. Tombados em 1961, os Montes Guararapes se transformaram em Parque Histórico Nacional dez anos depois. Em 1998, o Iphan, responsável pela administração, passou a guarda para o Exército, hoje com a obrigação de proteger e conservar os 79,91 hectares de área livre. Ao Iphan, cabe a preservação da área tombada. Ao turista, o melhor acesso é pela Estrada da Batalha (saindo do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre, seguindo em direção ao sul).
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Turista faz registro diretamente do mirante dos Montes dos Guararapes. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
Atualmente, o Iphan está executando a primeira etapa da obra de implantação do projeto paisagístico do parque, que visa à requalificação geral da área como espaço de lazer, esportes e convivência. “A falta de segurança e de equipamentos de apoio afastou grande parte dos turistas. No entanto, a transferência da sua guarda para o Exército, em 1998, reestabeleceu as condições de visitação. Com a obra em execução, a ideia é que o espaço ganhe novo uso”, afirma Gisela Montenegro, arquiteta do Iphan. Aberto todos os dias, em tempo integral. E, claro, com entrada gratuita.
Fonte: Pernambuco.com