Praia de Suape, Cabo de
Santo Agostinho. Coqueiros, mar, sol, calor, pescadores, jovens com muitos
sonhos e desejos. Esse é o cenário onde nasceu, em 04 de abril de 1987, a
quadrilha Brigões de Suape, antiga Brigões do Buraco de Dentro. A ideia de
criar a quadrilha nasceu de um grupo de amigos formado por José Rildo Plínio da
Silva, Ivanildo Plínio, Zildo Plínio, Maria José de Santana, Jurandir dos
Santos, Vanusa Mª de Santana, entre outros, que, preocupados em unir os
moradores da comunidade, divididos em dois grupos rivais (os seguidores do Grus
e do Estrela, dois blocos carnavalescos da região), decidem organizar uma
quadrilha junina.
Foto: Paulo Mafe
Inicialmente animando as festas de São João da localidade, a Brigões passa a disputar em diferentes concursos do Cabo a partir de 1994, quando desenvolve o seu primeiro espetáculo temático: O mar e o pescador. Apresentando-se com um estilo diferente, agora recriado a quadrilha leva para o arraial o cotidiano dos pescadores e a sua relação com o mar. Esse trabalho marca o início dos títulos de campeã (1994-1997). Em 1995, ganha como Quadrilha Revelação, no arraial do Bira Janga. Em 1996, conquista o campeonato no concurso de escada e o 2ª lugar no arraial de Areias.
Três anos após
participando dos concursos em diversos arraiais do bairro, a quadrilha firma
uma parceria com uma Rede Hoteleira do Cabo de Santo Agostinho, e passa a fazer
parte da programação cultural do espaço. Em 1998, por solicitações de alguns
dirigentes dos hotéis, a Quadrilha Junina Brigões do Buraco de Dentro passa a
se chamar Quadrilha Junina Brigões de Suape. Com a nova denominação, a
quadrilha conquista o vice campeonato no concurso do Córrego do Joaquim (1998),
Quadrilha Revelação do arraial da Tribuna (1999), campeã no arraial Urso Pé de
Lã (1999).
Os trabalhos da Brigões
aumentam em proporção e, em 1999, o grupo participa pela primeira vez dos dois
grandes concursos do gênero, o Festival da Rede Globo Nordeste e o Pernambucano
da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Foto: Paulo Mafe
A chegada do novo
milênio trouxe para a quadrilha o 3ª lugar no festival Pernambucano da
Prefeitura do Recife, além de 12 títulos de campeão nos Arraiais do bairro. Em
2001, a Brigões participa pela primeira vez do concurso do Sesc, levando para o
arraial todos os componentes vestidos de noivos e noivas, numa alusão as festas
de Santo Antônio, São João e São Pedro, tendo cada momento, a entrada de um
andor com um desses personagens vivo. Em 2002, foi a 5ª colocada do Festival
Pernambucano.
O nome do grupo passa a
fazer parte das programações culturais da festa em diferentes cidades do
estado, aumentando a responsabilidade dos diretores com o aperfeiçoamento dos
trabalhos, a qualidade dos ensaios, da escolha dos temas, montagem do figurino,
adereços etc. a comunidade contribui de todas as formas, as casas dos
componentes se transformam em ateliês; a costureira, Dona Maria José Maciel,
aumenta o ritmo de trabalho, entrando pela madrugada, uma dedicação constante
ao sucesso da quadrilha. Essa relação com a comunidade extrapola o período do
ciclo junino, levando os moradores a participar de outras ações organizadas
pela quadrilha, como o Grupo de Dança Popular e o Projeto Arte em Geral.
Fonte: Livro “Nos
Arraiais da Memória – as quadrilhas juninas escrevem diferentes histórias”
– Mario Ribeiro do Santos / (Secult /
Fundação de Cultura do Recife 2010)