A
Quadrilha Pisa no Espinho foi fundada em 09 de abril de 1980, no bairro de Rio
Doce, Olinda. Entre os seus principais fundadores, destacam-se: Manoel da
Rocha, Silas Júnior, Marcos Valério, Romildo e Sílvio.
A
origem do nome está relacionada com a seguinte história: “um grupo de amigos
foi na mata de Rio Doce à procura de madeira para construir um palhoção, que na
época era coberto com palhas de coqueiro. No caminho, estavam discutindo qual
seria o nome da quadrilha, e em um determinado momento, o último da fileira deu
um enorme grito, e todos lhe perguntaram o que aconteceu. O mesmo respondeu que
havia pisado no espinho, daí todos decidiram que o nome da Quadrilha seria Pisa
no Espinho”, diz Silas Júnior, marcador do grupo.
Foto: Paulinho Mafe
A
Pisa no Espinho durante toda a sua trajetória possui mais de 500 troféus e
muitos títulos que a classificam como uma das melhores quadrilhas do Estado de
Pernambuco, tendo como sua maior conquista o tetracampeonato do Festival de
Quadrilhas da Rede Globo Nordeste, nos anos de 1993, 1994, 1995 e 1999. Outros
títulos também entraram para a história da quadrilha. São eles: 3ª lugar no
Festival Regional de Quadrilhas Juninas do Nordeste (1995), tricampeã no
Concurso de Quadrilhas da Fundação de Cultura de Caruaru, nos anos de 1995,1996
e 1999, tricampeã do Festival de Quadrilhas Juninas da Cidade de Catende, nos
anos de 1998,1999 e 2000, campeã do Festival Pernambucano de Quadrilhas Juninas
da Prefeitura do Recife, pelo Grupo 2, em 2008, sendo premiada ainda com o
melhor figurino e a melhor coreografia.
Foto: Paulinho Mafe
A dimensão do trabalho realizado pela
quadrilha teve ampla repercussão, levando o grupo a participar de importantes
eventos culturais, como por exemplo, o Seminário contra a seca e a fome do
Sertão, com o tema Brasil Nordeste, que aconteceu na cidade de Oricuri, em
1993. A FUNDARPE, por meio da historiadora Sônia Medeiros (In Memorian) também
reconhece a amplitude do trabalho que a quadrilha desenvolve em prol da
valorização e preservação das manifestações culturais do Estado, e convida o grupo
para integrar a programação cultural do festival de inverno de Garanhuns, por
três anos consecutivos (1993 a 1995).
Foto: Paulinho Mafe
Em
2002, a falta de incentivo e os altos custos para a montagem dos espetáculos
juninos levam o grupo a encerrar as atividades da Pisa. Seis anos depois, um
grupo de amigos e antigos dançarinos (Andreia, Janaína, Flávio da Hora,
Patrícia, Cézar e outros) toma a iniciativa de reativar a quadrilha, e decidem
convidar Silas Junior, seu eterno marcador, para transformar o sonho em realidade.
O empenho dos componentes foi intenso: trabalho de pesquisa para o
desenvolvimento do projeto, pagamento de mensalidades, realização de bingos,
rifas, doações, piqueniques... Tudo foi criado para a quadrilha arrecadar
dinheiro e colocar o novo espetáculo na rua.
Foto: Paulinho Mafe
Com
mais de 80 componentes, entre dançarinos e a equipe de produção, a volta do
grupo em 2008 foi ansiosamente esperada pela comunidade de quadrilheiros. Com o
tema Sertão, o povo tipo exportação, a
Pisa no Espinho conquista o 1º lugar do Grupo 2, no Festival Pernambucano de
Quadrilhas Juninas da Prefeitura do Recife, além de várias premiações em
arraiais comunitários.
Em
2009, com o tema Do imaginário indígena,
uma ópera popular – Seja Garantido ou
Caprichoso, é uma festa de Boi Bumbá, a quadrilha obteve o 6º lugar no
Concurso da Rede Globo Nordeste.
Fonte: Livro “Nos
Arraiais da Memória – as quadrilhas juninas escrevem diferentes histórias”
– Mario Ribeiro do Santos / (Secult /
Fundação de Cultura do Recife 2010)