Quando soube que passeios de balão começaram a compor a lista de atrações turísticas do município de Gravatá, a aproximadamente 85 km do Recife, não me restaram dúvidas de que poderia espreitar uma beleza cênica sem igual, que ganha vida graças a um cenário harmonioso criado pelos bens da natureza e que agrega um punhado de emoções decorrentes de um patrimônio natural visto a mais de 1 mil metros de altura.
Ou seja, bem antes de colocar os pés dentro do cesto do balão, tinha certeza de que contemplaria paisagens harmônicas e um traçado de tons amarelos no céu orquestrado pelos raios do amanhecer. E confirmei essa expectativa ao sobrevoar a área rural de Gravatá, ao lado do piloto Tássio Moreira (da empresa GT Promo) e do fotógrafo deste JC Igo Bione – que, lá do alto do dirigível, garantiu que foi presenteado com a melhor luz que um retratista dotado de sensibilidade pode desejar.
E foi assim que eu consegui vislumbrar o enredo de Cinco semanas em balão – clássico em que o escritor francês Júlio Verne narrou, no século 19, uma viagem à África numa aeronave desse tipo. Essa história conquistou o mundo por trazer minúcias de um voo e de coordenadas geográficas mesmo sem o autor nunca ter experimentado um trajeto sob o comando da brisa.
Por falar nisso, é o vento quem dita a rota. Ele é o maestro de um passeio que só pode ser confirmado às 19h do dia anterior ao voo. Por sorte, a natureza foi boazinha conosco e fez com que a experiência de flutuar livremente pelo céu fosse brindada com uma aragem que tornou o trajeto tranquilo. Claro que bate um friozinho na barriga antes do percurso. Afinal, é normal bater ansiedade diante do desconhecido. Mas a vontade de estar entre as nuvens e a possibilidade de avistar tanta beleza do alto superam a apreensão.
Fonte: Jc Online
