Enquanto viajava pelo mundo, o escritor Gilberto Freyre sentia saudades do dia a dia caseiro. Na poesia Serei contraditório?, revelou: “Sinto-me saudoso da própria rotina, da província, da casa velha, até dos chinelos também velhos de animal felinamente doméstico”. Para ele, os hábitos da casa eram vitais. Foi na Vivenda Santo Antônio de Apipucos – onde hoje funciona a casa-museu Magdalena e Gilberto Freyre, da Fundação Gilberto Freyre, que o escritor passou grande parte de sua vida. Por 40 anos, dividiu-se entre produções matinais e licores vespertinos.
A poesia da casa é tanta que a fundação realiza, desde o início de janeiro, o tour Poesia em Apipucos. No passeio de 40 minutos, o visitante conhece os cômodos da residência ao som dos poucos conhecidos versos do escritor e, aliás, sobre ele. A visita custa R$ 10 (inteira) ou R$ 5 (meia-entrada) e pode ser feita até o final de fevereiro, de 9h às 16h.
A ideia surgiu após o relançamento da obra poética de Freyre, autor mais conhecido por suas análises sociológicas imortalizadas no livro homônimo Casa-Grande & senzala. Em novembro último, a Global Editora lançou antologia especial reunindo os livros Poesia reunida, Talvez poesia e mais dois poemas inéditos do autor. A segunda obra, aliás, batiza a edição, que inspirou os responsáveis pela casa-museu a criar um tour que mostrasse aos visitantes o lado poético de uma produção que se resumiu em 87 obras. Duas delas são versadas.
Fonte: Jc Online