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Foto: Blog Amaro Branco |
A Bandeira de São João é uma das procissões
dançantes mais antigas do Brasil. Organizada pela igreja católica, a Bandeira
de São João saia nas primeiras horas após o acender das fogueiras, com uma
estrela grande, confeccionada com arame, papel ou plástico colorido, puxando o
cortejo, o andor e a bandeira do santo com a imagem dele ainda criança, que
percorria os vilarejos ao som de pequenos grupos musicais. A integração dos
escravos africanos ao cortejo proporcionou a introdução de alguns instrumentos
de percussão: ocasião em que muitos negros aproveitavam para louvar o orixá
Xangô. O ritual terminava quando entregavam a imagem de São João na igreja da
comunidade. Com o tempo, em razão do grande agito (danças e cantos no interior
dos templos), a igreja católica proibiu a entrega da imagem no seu interior.
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Foto: Prefeitura do Recife |
Essa atitude acabou por dividir o folguedo em
duas manifestações: uma religiosa e outra profana. A Bandeira de São João
tornou-se uma procissão com rezas e cânticos em louvor ou santo. A festa
profana foi chamada de Acorda Povo, e saía durante a madrugada com um grupo de
cantadores e batuqueiros acordando os moradores da cidade para participar da
comemoração, regada a muita bebida e comida típica. Antes da saída na casa do organizador (toda
enfeitada com bandeirolas, balões e fogueira), o cortejo realiza orações, pede
bênçãos e louva o santo diante da casa-capela. Dá vivas e geralmente solta
muitos fogos de artifícios. Muitas pessoas vestem as cores do santo ou orixá de
sua devoção, o vermelho e o branco, e saem pelas ruas cantando e dançando.
Fonte: Cartilha do Ciclo Junino/ Prefeitura do Recife 2008