
Cavaco e sua pulga adestrada foi visto recentemente no Festival de Curitiba
Mariana Chalegre/Divulgação
Mais um grande evento confirma o Recife como cidade dos festivais. Com nove espetáculos completos e duas noites de variedades com performances diversas, tem início, amanhã, I Festival de Circo a Céu Aberto no Recife e em Olinda. Até o domingo, algumas das mais consistentes companhias e grupos dedicados ao circo no País, além de alguns notáveis estrangeiros, transformam em picadeiro espaços públicos como o Parque da Jaqueira e a Praça do Carmo, no Sítio Histórico de Olinda. A grade conta ainda com oficinas, bate-papos e uma tarde de palco aberto, para receber quem quiser se apresentar.
O festival é uma realização da Caravana Tapioca, dos artistas Giulia Cooper e Anderson Machado, com produção executiva da Papelão Produções, da também artista Marina Duarte, com incentivo do Funcultura (e apoio da Prefeitura do Recife, Prefeitura de Olinda, e algumas empresas). Namorados, os atores moram há três anos no Recife e tiveram a ideia inspirados nos festivais de verão europeus. O atual trabalho deles surgiu quando visitaram, como artistas, a capital pernambucana. “Tapioca era sempre o que a gente comia depois das apresentações”, lembra Giulia, uma apaixonada pela culinária tradicional nordestina.
Dois espetáculo da Caravana Tapioca integram a grade do festival. Um deles é Cavaco e sua pulga adestrada, com direção de Hélder Vasconcelos, visto recentemente no Festival de Teatro de Curitiba. O outro é O circo de Lampezão e Maria Botina, com direção do paulistano Ésio Magalhães, do Barracão Teatro. “Fizemos muita rua e o público nos recebe bem. O mais legal é que qualquer um pode assistir e contribuir com o chapéu que é passado ao final. A rua tem essa vantagem: não limita quem pode nos prestigiar, de qualquer idade ou classe social. É essa arte de rua que vai estar no nosso palco aberto”, diz Giulia.
Dois bate-papos acontecem no auditório do Centro Cultural Correios. Na quinta, às 14h, Danielle Hoover, da Luni Produções/PE e Fátima Pontes, da Escola Pernambucana de Circo/PE), discutem a produção cultural circense. Na sexta, Marina Duarte (PE) e convidados (Anderson Machado, da Caravana Tapioca/PE, Irmãos Becker/SP e Coletivo Nopok/RJ) conversam sobre o tema Circo na Praça: A Arte de Rua no Brasil.
Amanhã, às 20h, a companhia Seres de Luz Teatro, de São Paulo, abre a programação com A-laS-pi-pe-tuá!. A apresentação acontece no Parque da Jaqueira. O espetáculo fala sobre o impacto das chegada dos artistas mambembes nas cidades. No picadeiro, contracenam as clowns Mafalda (Andrea Macera) e Jasmim (Lily Curcio) em números e gags que usam o filme A estrada, de Federico Fellini, como inspiração.
Na quinta, também no Parque da Jaqueira (Recife), a partir das 19h30, é a vez dos espetáculos Brincadeiras de palhaço (Trupe Circense Irmãos Santana/PE) e Intermezzo (Teatro de Anônimo/RJ). Brincadeiras de Palhaço conta a trajetória de três palhaços mambembes que viajam por cidades nordestinas. Já Intermezzo tem base na clássica arte da palhaçaria, utilizando técnicas como magia, acrobacia, dança e equilíbrio. A companhia tem já 26 anos de trajetória.
No sábado e domingo próximos, o Festival de Circo a Céu Aberto do Recife e Olinda se muda da Praça do Carmo, em Olinda, espaço que tradicionalmente recebe eventos de massa, como a Fliporto (Festa Internacional de Literatura de Pernambuco) e a Mimo (Mostra de Música Internacional de Olinda).
Na sábado, a programação tem início às 16h, como o espetáculo Cavaco e sua pulga adestrada. Em seguida, temos, às 18h, No pocket – Um espetáculo para todos os bolsos (Coletivo Nopok/RJ). A partir das 20h, a Noite de variedades circenses com convidados (Apresentador Cavaco/PE). Entre outros, entram em cena a performance JanisTantanJoplin, da Cia. Animeé e As Levianas; que exibe uma cantora que descobre que Janis mora em sua garganta.
No domingo, dia 28, é o momento de conferir Bang bang a pastelana (Trupe Irmãos Atada/SP); Circo malabarístico (Irmãos Becker/SP) e, a partir das 20h, a Noite de variedades circenses com convidados especiais. Mas, já às 15h, haverá o palco aberto para quem quiser se apresentar.
O enredo de Bang bang a pastelana fala de um lugar perdido no Velho Oeste, com os irmãos Dederson, Jacinto e Pablito, artistas mambembes, viajando para cidade de Dog Bull City a fim de se apresentar no fictício Festival de Teatro do Velho Oeste e, assim, cumprir a promessa que fizeram ao pai no leito de morte. Em Circo malabarístico, os Irmãos Becker exploram a criatividade, a plasticidade e a diversidade de materiais como facas, claves de luz e cones de rua de maneira surpreendentes.