sexta-feira, 19 de abril de 2013

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Becos costumavam receber nomes curiosos

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foto:Felipe Ribeiro

Uma das mais antigas cidades do Brasil, com 476 anos, o Recife já teve inúmero becos. Não dá para precisar quantos, pois os dados se perderam ao longo do tempo, mas permanece no imaginário popular alguns de seus nomes mais curiosos.
"O Passa Quatro tinha dois metros ou menos de largura e só passavam quatro pessoas por vez. Todos os nomes curiosos estão relacionados a algum feito que marcou a sua existência. Tinha, por exemplo, o beco das Miudinhas. Não sei quem eram, mas certamente figuras femininas de grande interesse para a população", conta o arquiteto José Luiz Mota Menezes.
Outro beco antigo era o Escuro, que não tinha iluminação à noite e durante o dia, de tão estreito, o sol não passava. "Ficava perto da Igreja Madre de Deus e desapareceu com a reforma urbana. Além dele, tinha o do Padré, chamado assim por algum padre que teria se destacado e morava ali", aponta Menezes.

Em Olinda, o Beco das Cortesias chama atenção pelo nome e vinculava-se a um hábito educado. Quando se descia do Alto da Sé, pela inclinação do local, facilitava-se também o cumprimento às pessoas que passavam. O historiador Leonardo Dantas diz que algo semelhante acontece no Beco Quebra-Costas, em Lisboa. "Vai se curvando a espinha dorsal, vai descendo com a coluna para frente, para o outro, como se estivesse cumprimentando, fazendo cortesia", diz.

O professor de História de Pernambuco e membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano Carlos Bezerra Cavalcanti faz menção em um de seus livros ao Beco do Esparadrapo, próximo ao Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (Imip), nos Coelhos. "Recebia este nome porque era muito fácil encontrar pelo chão esparadrapos dos curativos", lembra.
Outro antigo era o Beco do Queijo, que existia próximo à matriz de Santo Antônio. Por lá, vendia-se queijo fabricado no interior.
O historiador Leonardo Dantas diz que até a palavra beco hoje não é mais tão usada. "Tornou-se uma denominação em desuso por parte da própria Prefeitura do Recife, que preferiu denominar os tradicionais nomes em Rua Doutor Fulano de Tal."

Fonte: Jc Online

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